Após um longo período sem escrever, eis de volta a coluna
sobre minhas últimas leituras e aquisições. Bem vindos novamente ao
Marca-Páginas!
Leituras concluídas
Os criadores de coincidências, de Yoav Blum. São Paulo:
Planeta, 2017. (Leitura no Kindle)
Livro descoberto no sebo em que trabalho, por conta do
título que me chamou atenção. Não fiquei com o exemplar, acho que ele foi
vendido pouco tempo depois que cadastrei, mas consegui achar o ebook para o
Kindle. A história é bem gostosa, adorei todo o lance da criação de
coincidências, embora tenha achado as explicações mais “técnicas” um bocado
chatas. Apenas me decepcionei um pouco com o final e com a forma que a
personagem feminina, a Emily, é retratada. No mais, vale a leitura.
A vida na porta da geladeira, de Alice Kuipers. São Paulo:
Martins Fontes, 2009.
Mais uma leitura feita graças aos livros que tenho de
cadastrar no trabalho e mais um título que prendeu minha atenção. Para tentar
resumir sem dar spoilers, o livro trata de uma história de mãe e filha que,
embora dividam a mesma casa, têm poucas oportunidades de se encontrarem. Para
sanar essa ausência, elas deixam recados uma para a outra na porta da
geladeira. O livro se estrutura apenas com essa troca de recados; não há qualquer
outro tipo de narrativa além dos bilhetes. Isso torna a leitura extremamente
rápida, sem perder o que é essencial para a história. Foi o livro que mais me
emocionou dentre as leituras concluídas de janeiro pra cá.
O bibliófilo aprendiz, de Rubens Borba de Moraes. Brasília:
Briquet de Lemos, 2005.
Imagine um livro que estava na estante há tempos, mas que
ainda não tinha sido lido. É o caso de muitos exemplares aqui em casa. Eis que
num belo dia, pouco após eu ter realizado a hercúlea tarefa de em um único domingo
fazer uma senhora limpeza na minha estante, olho para o meu exemplar de O
bibliófilo aprendiz e sinto ele me convidar para a leitura. Foi a melhor coisa
que fiz! O senhor Rubens Borba de Moraes, pelo jeito, era um homem um bocado
esnobe e repleto de preconceitos típicos de sua classe, mas, além de sua
importância para a área da Biblioteconomia (o que não vem ao caso no momento),
o amor que ele tinha pelos livros é contagiante. Devido a essa leitura eu
redescobri minha paixão pelos livros e, principalmente, a paixão pelos livros
que falam sobre livros. Imediatamente eu quis retomar a minha coleção e, por
uma daquelas deliciosas coincidências do destino, descobri que a Gabriela
Pedrão (do canal É o último, juro) começou um projeto semelhante. O único senão
que faço é o de que a minha edição está repleta de erros de revisão. Não sei se
posteriormente eles foram corrigidos, mas em alguns momentos isso atrapalhou um
bocado o ritmo da leitura.
Leituras em andamento
A questão dos livros, de Robert Darnton. São Paulo:
Companhia das Letras, 2010.
Mais uma leitura relacionada aos livros. Darnton compilou
uma série de artigos cujo mote é o livro. Para tanto, ele categorizou os
artigos em três partes: futuro, presente e passado. Muito é dito sobre o papel
da digitalização como forma de expandir o compartilhamento da informação (mas
não como solução mágica de todos os problemas, como julgavam alguns), sobre a
criação de bases de dados de acesso aberto aos periódicos científicos
(realidade aqui no Brasil, mas uma questão preocupante no cenário estadunidense
da época) e sobre o papel das bibliotecas e dos bibliotecários. Como bem diz a
sinopse, o livro é uma declaração de amor aos livros. Além disso, a leitura tem
sido bastante agradável. Já estou quase no final, mesmo lendo com certo vagar.
Leituras em stand by
A lição do amigo: cartas de Mário de Andrade a Carlos
Drummond de Andrade, de Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1982.
Estou quase no fim do livro, mas, por algum motivo, não
tenho conseguido avançar muito na leitura. Sinto que as cartas do Mário foram
se tornando menos vivazes com o passar do tempo (e das adversidades), porém
quero termina-lo mesmo que leve tempo, pois me diverti muito e adoraria ter um
missivista como ele como amigo.
Cartas a Théo, de Vincent Van Gogh. Porto Alegre: L&PM,
2007.
Leitura pausada por tempo indeterminado. Talvez ainda não
seja o momento dessa leitura acontecer. Quem me conhece desde os tempos d’A Imitação da Rosa sabe que eu não tenho pudor algum em pausar leituras e esperar
até que elas me chamem novamente.
Novidades no acervo
A questão dos livros, de Robert Darnton. São Paulo:
Companhia das Letras, 2010.
Seguindo com o renovado desejo de ampliar minha coleção de
livros sobre livros, adquiri esse exemplar por recomendação do meu chefe que,
por sua vez, tinha recebido a recomendação de um amigo. Após alguns dias de
garimpo virtual, fiz o pedido no site das Casas Bahia (sim, por mais improvável
que pareça) e o exemplar veio lacrado, em perfeito estado.
Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade. Rio de
Janeiro: Record, 2001.
Daquelas tentações com as quais me deparo todos os dias,
pois trabalho com livros usados, e que acabo cedendo. Talvez seja por
influência das cartas do Mário de Andrade, mas tenho sentido grande interesse
pelo movimento modernista. Nessa onda, meu interesse pela poesia do Drummond
também cresceu. Ao ver essa edição do primeiro livro de poesia que ele
publicou, senti que ele precisava ser meu. Relutei, refleti, examinei o
exemplar e, ao encontrar vários dos meus poemas favoritos, soube que não tinha
escapatória.
Meu poema favorito do livro. |
O livro dos livros perdidos, de Stuart Kelly. Rio de
Janeiro: Record, 2007.
Livro há tempos na minha lista de desejados no Skoob, adquirido
pela Estante Virtual, em um sebo de Santa Catarina. O exemplar veio lacrado, em
estado ainda melhor do que o da descrição no site. Mais um para a coleção de
livros sobre livros. Estou curiosa para saber sobre esses livros que
simplesmente se perderam nos séculos, pois não restou nenhum exemplar para
contar a história.
Uma história da leitura, de Alberto Manguel. São Paulo,
Companhia das Letras, 1997.
Pequeno achado no Mercado Livre, haja vista que muitos
livros do Manguel ou estão esgotados ou são encontrados a preços bem salgados.
Apesar da capa ligeiramente amarelada, o exemplar está ótimo. Está na minha
lista de leituras e no meu pequeno projeto pessoal de ler mais neste ano.
Promoção: o marketing visível da informação, de Sueli
Angelica do Amaral. Brasília: Brasília Jurídica, 2001.
Livro que, por motivos que desconheço, estava sendo
distribuído na biblioteca da faculdade na qual me formei. Admito que ainda não
sei exatamente porque peguei um exemplar, mas li o sumário, achei interessante
e levei.
O papel do corpo no corpo do ator, de Sônia Machado de
Azevedo. São Paulo: Perspectiva, 2002.
Sabe quando um livro te chama, mas você simplesmente não faz
ideia do porquê? Foi o que me aconteceu com esse livro. O título já tinha
chamado minha atenção quando ele ainda estava na pilha de livros para cadastrar
no trabalho. Ao pegá-lo para o cadastro, li o sumário, bisbilhotei as páginas
iniciais e senti que ele precisava ser meu. Resisti (eu sempre resisto), concluí
o registro e ele foi para a pilha de novidades da loja. Assim que uma cliente
pareceu interessada nele, senti um ciúme quase tão forte quanto naquela vez com
a fotobiografia do Drummond. Não tinha mais jeito: ele já era meu.
Carlos & Mário: correspondência de Carlos Drummond de
Andrade e Mário de Andrade, de Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro:
Bem-te-vi, 2002.
Lembra quando eu comentei, no início da minha leitura de A
lição do amigo, que seria incrível ter as cartas do Drummond também para
acompanhar o diálogo entre eles? Descobri pouco tempo depois que elas existiam
e tinham sido publicadas neste livro. Busquei em diversos lugares, mas os
exemplares eram poucos e os preços estavam salgados. Decidi coloca-lo na minha
lista de desejos e aguardar uma oportunidade melhor. Eis que na última
quinta-feira (10/05), já no fim do meu expediente, fui conferir a pilha de
livros para cadastrar no dia seguinte e o que eu encontro? Sim, o livro que eu
tanto desejava! Sabe o que é melhor? Como tinha créditos na loja, pude leva-lo
pra casa sem demora e sem maiores custos. Até o momento essa é a grande
aquisição do ano! Estou completamente encantada!
Agora o Marca-Páginas tem uma identidade visual! Agradeço às
imagens da internet (desconheço a autoria da imagem, infelizmente) e à minha
irmã, Marcela (do Utilidades de Alferes) pela ajuda.
Muito legal, adorei o formato de post, continue!
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