domingo, 13 de maio de 2018

O Marca-Páginas #2



Após um longo período sem escrever, eis de volta a coluna sobre minhas últimas leituras e aquisições. Bem vindos novamente ao Marca-Páginas!




Leituras concluídas

Os criadores de coincidências, de Yoav Blum. São Paulo: Planeta, 2017. (Leitura no Kindle)

Livro descoberto no sebo em que trabalho, por conta do título que me chamou atenção. Não fiquei com o exemplar, acho que ele foi vendido pouco tempo depois que cadastrei, mas consegui achar o ebook para o Kindle. A história é bem gostosa, adorei todo o lance da criação de coincidências, embora tenha achado as explicações mais “técnicas” um bocado chatas. Apenas me decepcionei um pouco com o final e com a forma que a personagem feminina, a Emily, é retratada. No mais, vale a leitura.

A vida na porta da geladeira, de Alice Kuipers. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

Mais uma leitura feita graças aos livros que tenho de cadastrar no trabalho e mais um título que prendeu minha atenção. Para tentar resumir sem dar spoilers, o livro trata de uma história de mãe e filha que, embora dividam a mesma casa, têm poucas oportunidades de se encontrarem. Para sanar essa ausência, elas deixam recados uma para a outra na porta da geladeira. O livro se estrutura apenas com essa troca de recados; não há qualquer outro tipo de narrativa além dos bilhetes. Isso torna a leitura extremamente rápida, sem perder o que é essencial para a história. Foi o livro que mais me emocionou dentre as leituras concluídas de janeiro pra cá.

O bibliófilo aprendiz, de Rubens Borba de Moraes. Brasília: Briquet de Lemos, 2005.

Imagine um livro que estava na estante há tempos, mas que ainda não tinha sido lido. É o caso de muitos exemplares aqui em casa. Eis que num belo dia, pouco após eu ter realizado a hercúlea tarefa de em um único domingo fazer uma senhora limpeza na minha estante, olho para o meu exemplar de O bibliófilo aprendiz e sinto ele me convidar para a leitura. Foi a melhor coisa que fiz! O senhor Rubens Borba de Moraes, pelo jeito, era um homem um bocado esnobe e repleto de preconceitos típicos de sua classe, mas, além de sua importância para a área da Biblioteconomia (o que não vem ao caso no momento), o amor que ele tinha pelos livros é contagiante. Devido a essa leitura eu redescobri minha paixão pelos livros e, principalmente, a paixão pelos livros que falam sobre livros. Imediatamente eu quis retomar a minha coleção e, por uma daquelas deliciosas coincidências do destino, descobri que a Gabriela Pedrão (do canal É o último, juro) começou um projeto semelhante. O único senão que faço é o de que a minha edição está repleta de erros de revisão. Não sei se posteriormente eles foram corrigidos, mas em alguns momentos isso atrapalhou um bocado o ritmo da leitura.


Leituras em andamento

A questão dos livros, de Robert Darnton. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Mais uma leitura relacionada aos livros. Darnton compilou uma série de artigos cujo mote é o livro. Para tanto, ele categorizou os artigos em três partes: futuro, presente e passado. Muito é dito sobre o papel da digitalização como forma de expandir o compartilhamento da informação (mas não como solução mágica de todos os problemas, como julgavam alguns), sobre a criação de bases de dados de acesso aberto aos periódicos científicos (realidade aqui no Brasil, mas uma questão preocupante no cenário estadunidense da época) e sobre o papel das bibliotecas e dos bibliotecários. Como bem diz a sinopse, o livro é uma declaração de amor aos livros. Além disso, a leitura tem sido bastante agradável. Já estou quase no final, mesmo lendo com certo vagar.


Leituras em stand by

A lição do amigo: cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade, de Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982.

Estou quase no fim do livro, mas, por algum motivo, não tenho conseguido avançar muito na leitura. Sinto que as cartas do Mário foram se tornando menos vivazes com o passar do tempo (e das adversidades), porém quero termina-lo mesmo que leve tempo, pois me diverti muito e adoraria ter um missivista como ele como amigo.

Cartas a Théo, de Vincent Van Gogh. Porto Alegre: L&PM, 2007.

Leitura pausada por tempo indeterminado. Talvez ainda não seja o momento dessa leitura acontecer. Quem me conhece desde os tempos d’A Imitação da Rosa sabe que eu não tenho pudor algum em pausar leituras e esperar até que elas me chamem novamente.


Aquisições do acervo, estrelando minha estante de livros recém-reorganizada.

Novidades no acervo

A questão dos livros, de Robert Darnton. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Seguindo com o renovado desejo de ampliar minha coleção de livros sobre livros, adquiri esse exemplar por recomendação do meu chefe que, por sua vez, tinha recebido a recomendação de um amigo. Após alguns dias de garimpo virtual, fiz o pedido no site das Casas Bahia (sim, por mais improvável que pareça) e o exemplar veio lacrado, em perfeito estado.

Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Daquelas tentações com as quais me deparo todos os dias, pois trabalho com livros usados, e que acabo cedendo. Talvez seja por influência das cartas do Mário de Andrade, mas tenho sentido grande interesse pelo movimento modernista. Nessa onda, meu interesse pela poesia do Drummond também cresceu. Ao ver essa edição do primeiro livro de poesia que ele publicou, senti que ele precisava ser meu. Relutei, refleti, examinei o exemplar e, ao encontrar vários dos meus poemas favoritos, soube que não tinha escapatória.

Meu poema favorito do livro.

O livro dos livros perdidos, de Stuart Kelly. Rio de Janeiro: Record, 2007.

Livro há tempos na minha lista de desejados no Skoob, adquirido pela Estante Virtual, em um sebo de Santa Catarina. O exemplar veio lacrado, em estado ainda melhor do que o da descrição no site. Mais um para a coleção de livros sobre livros. Estou curiosa para saber sobre esses livros que simplesmente se perderam nos séculos, pois não restou nenhum exemplar para contar a história.

Uma história da leitura, de Alberto Manguel. São Paulo, Companhia das Letras, 1997.

Pequeno achado no Mercado Livre, haja vista que muitos livros do Manguel ou estão esgotados ou são encontrados a preços bem salgados. Apesar da capa ligeiramente amarelada, o exemplar está ótimo. Está na minha lista de leituras e no meu pequeno projeto pessoal de ler mais neste ano.

Promoção: o marketing visível da informação, de Sueli Angelica do Amaral. Brasília: Brasília Jurídica, 2001.

Livro que, por motivos que desconheço, estava sendo distribuído na biblioteca da faculdade na qual me formei. Admito que ainda não sei exatamente porque peguei um exemplar, mas li o sumário, achei interessante e levei.

O papel do corpo no corpo do ator, de Sônia Machado de Azevedo. São Paulo: Perspectiva, 2002.

Sabe quando um livro te chama, mas você simplesmente não faz ideia do porquê? Foi o que me aconteceu com esse livro. O título já tinha chamado minha atenção quando ele ainda estava na pilha de livros para cadastrar no trabalho. Ao pegá-lo para o cadastro, li o sumário, bisbilhotei as páginas iniciais e senti que ele precisava ser meu. Resisti (eu sempre resisto), concluí o registro e ele foi para a pilha de novidades da loja. Assim que uma cliente pareceu interessada nele, senti um ciúme quase tão forte quanto naquela vez com a fotobiografia do Drummond. Não tinha mais jeito: ele já era meu.

Carlos & Mário: correspondência de Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade, de Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro: Bem-te-vi, 2002.

Lembra quando eu comentei, no início da minha leitura de A lição do amigo, que seria incrível ter as cartas do Drummond também para acompanhar o diálogo entre eles? Descobri pouco tempo depois que elas existiam e tinham sido publicadas neste livro. Busquei em diversos lugares, mas os exemplares eram poucos e os preços estavam salgados. Decidi coloca-lo na minha lista de desejos e aguardar uma oportunidade melhor. Eis que na última quinta-feira (10/05), já no fim do meu expediente, fui conferir a pilha de livros para cadastrar no dia seguinte e o que eu encontro? Sim, o livro que eu tanto desejava! Sabe o que é melhor? Como tinha créditos na loja, pude leva-lo pra casa sem demora e sem maiores custos. Até o momento essa é a grande aquisição do ano! Estou completamente encantada!

Aquisição do ano (até o momento)!


Agora o Marca-Páginas tem uma identidade visual! Agradeço às imagens da internet (desconheço a autoria da imagem, infelizmente) e à minha irmã, Marcela (do Utilidades de Alferes) pela ajuda.

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