Bem vindos ao Marca-Páginas, minha coluna de leituras e
aquisições recentes (ou quase, porque demorei vidas para postar essa edição). Tem
muita literatura escrita por mulheres, livros de amigos e escritores/editoras
independentes, um pouco de biografia e de literatura epistolar. Vamos nessa?
Aviso: essa edição está mais longa do que as anteriores,
porque a louca dos livros atacou novamente e, com isso, perdi a linha nas
aquisições. Em compensação, há mais leituras concluídas, o que faz meu peso na
consciência diminuir um pouquinho.
Leituras concluídas
Manual para sonhadores, de Nathalie Trutmann. São Paulo:
Leya, 2013.
Leitura feita porque o título do livro me atraiu (sim, nesse
ano eu tenho me sentido particularmente atraída por títulos bonitos). Em
resumo, é um livro voltado para jovens, que busca mostrar que é possível
trilhar caminhos profissionais não relacionados à esfera do senso comum. Admito
que, embora algumas das mensagens sejam interessantes, eu esperava um pouquinho
mais da leitura. As histórias pessoais da autora não me envolveram e achei o
conteúdo um bocado raso, porém creio que seja uma leitura mais proveitosa para
quem faz parte do público-alvo (jovens no fim do Ensino Médio, que estão para
começar a faculdade e a vida profissional).
Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2003.
Tenho nada mais, nada menos do que dois exemplares desse
livro no meu acervo: este da Nova Fronteira e um da Cosac Naify. Ambos foram
comprados há anos, em um dos meus picos de bibliomania, quando quis começar a
adquirir livros escritos pela Virginia Woolf, embora nada tivesse lido dela até
então. Li uma biografia, chamada “Sou dona da minha alma: o segredo de Virginia
Woolf”, de Nadia Fusini, que me comoveu muito na época. Depois de ter adquirido
um box com alguns de seus romances em alguma promoção, li “Noite e dia” e
admito não ter gostado tanto. No entanto, adorei a leitura de “O leitor comum”
e senti que precisava conhecer mais o trabalho dela. Nesse meio tempo, eu
assisti ao filme “As horas”, baseado no livro homônimo, escrito por Michael Cunningham,
que é inspirado por Mrs. Dalloway. Nem preciso dizer que quis ambos os livros,
né? Li “As horas” em maio de 2013, mas, em compensação, nunca conseguia passar
da primeira página de Mrs. Dalloway. Esqueci o livro por um bom tempo e julguei
que talvez nunca conseguisse lê-lo. Eis que recentemente, decidida a ler algum
livro que estivesse há muito tempo me esperando na estante, peguei meu exemplar
da Nova Fronteira e comecei a ler. A leitura fluiu super bem! Fiquei encantada
pela maneira que ela orquestrou esse romance e pelos personagens, em especial o
Peter Walsh. Também adorei como ela nos faz imergir nas inquietações da mente do Septimus Warren
Smith. Ainda estou abismada como certos livros levam tempo para nos chamar.
A livraria, de Penelope Fitzgerald. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2018.
Mais um livro que não faz jus às resenhas negativas
recebidas no Skoob. Estou começando a duvidar um bocado da qualidade das
resenhas ali feitas. Gostei bastante da leitura, embora seja um livro triste. O
ritmo é lento, se comparado aos frenéticos best-sellers estadunidenses (e essa
foi uma das mais constantes reclamações que notei nas resenhas), mas qualquer
um que leu um romance da Jane Austen ou que está acostumado com romances de
literatura inglesa não enfrentará dificuldades. As críticas da autora em
relação à estrutura social são relativamente veladas e as descrições dos
personagens são enxutas, detendo-se apenas em pontos essenciais. É um romance
curto, com cerca de 160 páginas, mas comovente. Se eu não tivesse assistido ao
filme antes (e ainda acho que o filme é uma espécie de redenção ao livro) acho
que teria ficado devastada.
A sociedade literária e a torta de casca de batata, de Mary
Ann Shaffer e Annie Barrows. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
Leitura feita por influência do filme homônimo da Netflix e
que se mostrou ainda melhor do que a versão em longa metragem. Para começar,
toda a história é contada por meio de trocas de cartas entre os personagens, ou
seja, as únicas narrativas que temos são as deles. Isso, por si só, já teria
despertado minha curiosidade, mas os personagens são tão cativantes e a troca
de correspondências é tão viva que não tem como não se comover com suas
histórias. É um livro muito delicado e belo. Está entre as minhas leituras do
ano.
Se eu tivesse meu próprio dicionário, de Ni Brisant. São
Paulo: Ed. do autor, 2018.
Livrinho lido assim que eu o adquiri. Já acompanhava
eventualmente as poesias do Ni Brisant desde meados de 2013 ou 2014 e, desde
que uma colega bibliotecária postou algumas imagens desse livro em seu perfil do Facebook, fiquei absolutamente encantada por essa obra. A paixão foi tamanha
que eu comecei a criar alguns verbetes datilografados para ajudar a compor o
#menordicionáriodasgaláxias e compartilhá-los no meu Instagram pessoal, junto com alguns dos meus fragmentos poéticos. Tive a
bênção do autor, então ninguém me segura!
Cartas a um jovem escritor, de Fernando Sabino. Rio de
Janeiro: Record, 1982.
Finalmente conclui a leitura das cartas do Mário de Andrade
para o Fernando Sabino. Por alguma razão, as achei menos interessantes do que
as cartas que ele escrevia para o Carlos Drummond de Andrade, embora muitos dos
conselhos dados sejam interessantes. Acho que senti falta do tom afetivo que as
cartas para o Drummond possuíam; nas cartas para o Sabino o tom era mais severo
e, em certa medida, paternal. Ainda estou curiosa para saber o teor das cartas
que o Fernando Sabino mandava para o Mário de Andrade.
A livraria mágica de Paris, de Nina George. Rio de Janeiro:
Record, 2016. (releitura)
O que fazemos quando amamos muito uma história? Nós a
relemos, é claro! Eu estava com vontade de fazer isso desde que adquiri o meu
exemplar, mas fazia pouco tempo que eu havia concluído a leitura do ebook no
Kindle, então acabei postergando. Eis que a vontade ressurgiu com força e dessa
vez eu não pude ignorar. Reli em aproximadamente quatro dias e saí dessa
história tão encantada e suspirante quanto da primeira vez. Se o que o livreiro
Jean Perdu diz é verdade, que há livros que são escritos para determinados
leitores, às vezes para um único leitor, sinto que esse livro foi escrito para
mim.
Uma leitura melhor do que a outra! |
Leituras em andamento
A questão dos livros, de Robert Darnton. São Paulo: Companhia
das Letras, 2010.
A leitura continua estagnada, mas aos poucos eu retomo o
fôlego para prosseguir.
Vitor Ramil: nascer leva tempo, de Luís Rubira. Porto
Alegre: Pubblicato, 2015.
Comecei a leitura no maior pique, embalada pelo show Casa Ramil, que ocorreu no primeiro fim de semana do mês de agosto, no Sesc Vila Mariana. Admito que agora a leitura está um pouco estagnada, mas não a
abandonei.
Novidades no acervo
A livraria, de Penelope Fitzgerald. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2018.
Descobri esse livro por acaso e fiquei curiosa sobre ele.
Descobri que recentemente foi lançado um filme baseado nele, consegui
encontra-lo para assistir e adorei, embora tenha chorado um bocado. Vi algumas
resenhas do livro no Skoob e parece que a galera não gostou muito, mas tampouco
as resenhas da “Livraria Mágica de Paris” eram boas e eu amei o livro, então
decidi dar uma chance. Encontrei-o a bom preço no site da Livraria Cultura.
Mr. Gwyn, de Alessandro Baricco. Rio de Janeiro: Alfaguara,
2014.
Mais um para a lista dos livros que li no Kindle, mas gostei
tanto que desejei um exemplar impresso pra chamar de meu. Na verdade, foi esse
título que deu início à lista. Levei um tempo garimpando por aí, tentando decidir se
preferia comprar um exemplar novo ou usado até encontrar esse volume em ótimo
estado e a bom preço no Sebo Avalovara. O livro está como novo e eu, claro,
fiquei super feliz.
Vitor Ramil: nascer leva tempo, de Luís Rubira. Porto
Alegre: Pubblicato, 2015.
Descobri esse livro por acaso, enquanto pesquisava as obras
literárias do Vitor Ramil no site da Estante Virtual. Encontrei um exemplar no
sebo Traça a bom preço, mas antes de fechar ou não a compra eu decidi procurar
em outros locais. Não achei preço bom como o deles, na descrição dizia que ele
nunca tinha sido lido, então decidi confiar. Ele chegou em perfeito estado! Fiz
um bom negócio.
Farmácia literária, de Ella Berthoud e Susan Elderkin. Campinas:
Verus, 2016.
Livro na lista de desejados há algum tempo, mais exatamente
desde a leitura do livro “A livraria mágica de Paris”, pois, além de o
personagem principal do livro ser dono de um barco-livraria com esse mesmo
nome, a ideia dos livros servindo como remédios para diversos males me atraiu.
Desde então tenho procurado ofertas. Eis que um dia, fazendo a minha
pesquisa regular pelo Buscapé, eu encontro o livro novo por um preço
absurdamente bom no site das Lojas Americanas. Mal posso esperar o momento de
começar a folheá-lo.
Ex libris: pequeno objeto do desejo, de Stella Maris de
Figueiredo Bertinazzo. Brasília: UNB, 2012.
Mais um para a minha coleção de livros sobre livros (ou, no
caso, sobre itens relacionados aos livros). Eu já estava de olho nele há algum
tempo e todos os exemplares disponíveis para compra estavam caros demais, então
não esperava adquiri-lo tão cedo. Admito que essa compra foi relativamente
impulsiva, pois o encontrei a bom preço também no site das Lojas Americanas e
senti que não podia deixar a oportunidade passar.
Vida organizada, de Thais Godinho. São Paulo: Gente, 2014.
Papo astral, de Carol Vaz. São Paulo: Alaúde, 2018
Dois livrinhos adquiridos no trabalho, porque eu
simplesmente não resisti. O primeiro estava na minha lista de desejados há anos
e o segundo me conquistou pelo didatismo, além de tratar de astrologia, que é
algo que eu adoro. Quando os vi na pilha de livros para cadastrar, sabia que
tinham de ser meus.
Amor nas alturas, de C. Caraciolo. São Paulo: Livros
Prontos, 2018.
Comprinha feita na Bienal do Livro, para prestigiar a dona
Clara Taveira, conhecida também como C. Caraciolo. Imagine a pessoa que mal
chegou à Bienal e marchou até o estande da Livros Prontos para garantir o meu
exemplar? Imagine a pessoa que quase começou a chorar ao ver o livro todo
bonitão e impresso? Eu sou muito exagerada quando consigo demonstrar meus
sentimentos, eu sei. Uma pena que eu não tenha conseguido ir à sessão de
autógrafos, pois queria dar um abraço de urso na Clara (e no Raphael, claro!) e
dizer pessoalmente a ela o quanto fico feliz em saber que ela está realizando
esses sonhos. Meu exemplar está apenas aguardando a oportunidade de receber uma
carta no formato de dedicatória.
Lobisomem pós-moderno, de Adenildo Lima e Márcio Ahimsa. São
Paulo: Editora da Gente, 2012.
A parteira, de Adenildo Lima. São Paulo: Editora da Gente,
2015.
Varal, de Maria Vilani. São Paulo: Editora da Gente, 2012.
Três livros que eu comprei na festa de inauguração da
Livraria da Gente. Há tempos eu queria poder prestigiar o trabalho dos irmãos
Lima, responsáveis tanto pela editora quanto pela livraria, e haveria momento
melhor do que esse? Em meio a garrafas de vinho, petiscos e boas prosas,
consegui pedir ao Adenildo que autografasse seus dois livros e ele me fez
dedicatórias lindas. Que noite fantástica!
A sociedade literária e a torta de casca de batata, de Mary
Ann Shaffer e Annie Barrows. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
Estava com esse livro há algum tempo na lista de desejados
do Skoob quando saiu o filme para a Netflix. Por sorte do meu instinto mais do
que apurado, eu pulei a cena inicial (que eu não poderia ver por motivos de
fobia) e assim pude ver e me encantar pelo filme. Com isso, a vontade de ter o
livro se tornou quase intolerável. Pesquisei em diversos lugares, mas, por
conta da alta do filme, os preços tinham subido e o estoque estava diminuindo.
Encontrei, num site cujo nome eu não gosto, alguém vendendo o livro usado por
um bom preço e comprei, apesar do frete caro.
Se eu tivesse meu próprio dicionário, de Ni Brisant. São
Paulo: Ed. do autor, 2018.
Tem coisa melhor do que comprar o livro direto com o
escritor? O Ni tinha feito uma publicação em sua página do Facebook, informando
que tinha feito uma nova tiragem do livro e, para adquiri-lo, bastava falar com
ele. Reuni coragem, entrei em contato e comprei. O livrinho chegou em perfeitas
condições e com uma dedicatória maravilhosa. Virou meu xodó!
Weeeeeeee! Gosto bastante dessa coluna! ^^
ResponderExcluirOlha só! Eu conheço a obra do Ni Brisant faz um bom tempo. Feliz surpresa encontrá-lo entre os livros adquiridos. ^^~
ResponderExcluirGosto muito do "Livraria Mágica de Paris". Fiquei surpreso com o quanto a leitura me cativou, tanto quanto o "Lobo da Estepe", do Hesse, que será sempre o topo da lista. Acho que gosto do jeito que os alemães escrevem. XD
Parabéns pelo blog, como sempre. :D