sexta-feira, 30 de novembro de 2018

O Marca-Páginas #4


Bem vindos ao Marca-Páginas, minha coluna de leituras e aquisições recentes (ou quase, porque demorei vidas para postar essa edição). Tem muita literatura escrita por mulheres, livros de amigos e escritores/editoras independentes, um pouco de biografia e de literatura epistolar. Vamos nessa?



Aviso: essa edição está mais longa do que as anteriores, porque a louca dos livros atacou novamente e, com isso, perdi a linha nas aquisições. Em compensação, há mais leituras concluídas, o que faz meu peso na consciência diminuir um pouquinho.



Leituras concluídas

Manual para sonhadores, de Nathalie Trutmann. São Paulo: Leya, 2013.

Leitura feita porque o título do livro me atraiu (sim, nesse ano eu tenho me sentido particularmente atraída por títulos bonitos). Em resumo, é um livro voltado para jovens, que busca mostrar que é possível trilhar caminhos profissionais não relacionados à esfera do senso comum. Admito que, embora algumas das mensagens sejam interessantes, eu esperava um pouquinho mais da leitura. As histórias pessoais da autora não me envolveram e achei o conteúdo um bocado raso, porém creio que seja uma leitura mais proveitosa para quem faz parte do público-alvo (jovens no fim do Ensino Médio, que estão para começar a faculdade e a vida profissional).

Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.

Tenho nada mais, nada menos do que dois exemplares desse livro no meu acervo: este da Nova Fronteira e um da Cosac Naify. Ambos foram comprados há anos, em um dos meus picos de bibliomania, quando quis começar a adquirir livros escritos pela Virginia Woolf, embora nada tivesse lido dela até então. Li uma biografia, chamada “Sou dona da minha alma: o segredo de Virginia Woolf”, de Nadia Fusini, que me comoveu muito na época. Depois de ter adquirido um box com alguns de seus romances em alguma promoção, li “Noite e dia” e admito não ter gostado tanto. No entanto, adorei a leitura de “O leitor comum” e senti que precisava conhecer mais o trabalho dela. Nesse meio tempo, eu assisti ao filme “As horas”, baseado no livro homônimo, escrito por Michael Cunningham, que é inspirado por Mrs. Dalloway. Nem preciso dizer que quis ambos os livros, né? Li “As horas” em maio de 2013, mas, em compensação, nunca conseguia passar da primeira página de Mrs. Dalloway. Esqueci o livro por um bom tempo e julguei que talvez nunca conseguisse lê-lo. Eis que recentemente, decidida a ler algum livro que estivesse há muito tempo me esperando na estante, peguei meu exemplar da Nova Fronteira e comecei a ler. A leitura fluiu super bem! Fiquei encantada pela maneira que ela orquestrou esse romance e pelos personagens, em especial o Peter Walsh. Também adorei como ela nos faz imergir nas inquietações da mente do Septimus Warren Smith. Ainda estou abismada como certos livros levam tempo para nos chamar.

A livraria, de Penelope Fitzgerald. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2018.

Mais um livro que não faz jus às resenhas negativas recebidas no Skoob. Estou começando a duvidar um bocado da qualidade das resenhas ali feitas. Gostei bastante da leitura, embora seja um livro triste. O ritmo é lento, se comparado aos frenéticos best-sellers estadunidenses (e essa foi uma das mais constantes reclamações que notei nas resenhas), mas qualquer um que leu um romance da Jane Austen ou que está acostumado com romances de literatura inglesa não enfrentará dificuldades. As críticas da autora em relação à estrutura social são relativamente veladas e as descrições dos personagens são enxutas, detendo-se apenas em pontos essenciais. É um romance curto, com cerca de 160 páginas, mas comovente. Se eu não tivesse assistido ao filme antes (e ainda acho que o filme é uma espécie de redenção ao livro) acho que teria ficado devastada.

A sociedade literária e a torta de casca de batata, de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.

Leitura feita por influência do filme homônimo da Netflix e que se mostrou ainda melhor do que a versão em longa metragem. Para começar, toda a história é contada por meio de trocas de cartas entre os personagens, ou seja, as únicas narrativas que temos são as deles. Isso, por si só, já teria despertado minha curiosidade, mas os personagens são tão cativantes e a troca de correspondências é tão viva que não tem como não se comover com suas histórias. É um livro muito delicado e belo. Está entre as minhas leituras do ano.

Se eu tivesse meu próprio dicionário, de Ni Brisant. São Paulo: Ed. do autor, 2018.

Livrinho lido assim que eu o adquiri. Já acompanhava eventualmente as poesias do Ni Brisant desde meados de 2013 ou 2014 e, desde que uma colega bibliotecária postou algumas imagens desse livro em seu perfil do Facebook, fiquei absolutamente encantada por essa obra. A paixão foi tamanha que eu comecei a criar alguns verbetes datilografados para ajudar a compor o #menordicionáriodasgaláxias e compartilhá-los no meu Instagram pessoal, junto com alguns dos meus fragmentos poéticos. Tive a bênção do autor, então ninguém me segura!

Cartas a um jovem escritor, de Fernando Sabino. Rio de Janeiro: Record, 1982.

Finalmente conclui a leitura das cartas do Mário de Andrade para o Fernando Sabino. Por alguma razão, as achei menos interessantes do que as cartas que ele escrevia para o Carlos Drummond de Andrade, embora muitos dos conselhos dados sejam interessantes. Acho que senti falta do tom afetivo que as cartas para o Drummond possuíam; nas cartas para o Sabino o tom era mais severo e, em certa medida, paternal. Ainda estou curiosa para saber o teor das cartas que o Fernando Sabino mandava para o Mário de Andrade.

A livraria mágica de Paris, de Nina George. Rio de Janeiro: Record, 2016. (releitura)

O que fazemos quando amamos muito uma história? Nós a relemos, é claro! Eu estava com vontade de fazer isso desde que adquiri o meu exemplar, mas fazia pouco tempo que eu havia concluído a leitura do ebook no Kindle, então acabei postergando. Eis que a vontade ressurgiu com força e dessa vez eu não pude ignorar. Reli em aproximadamente quatro dias e saí dessa história tão encantada e suspirante quanto da primeira vez. Se o que o livreiro Jean Perdu diz é verdade, que há livros que são escritos para determinados leitores, às vezes para um único leitor, sinto que esse livro foi escrito para mim.

Uma leitura melhor do que a outra!


Leituras em andamento

A questão dos livros, de Robert Darnton. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

A leitura continua estagnada, mas aos poucos eu retomo o fôlego para prosseguir.

Vitor Ramil: nascer leva tempo, de Luís Rubira. Porto Alegre: Pubblicato, 2015.

Comecei a leitura no maior pique, embalada pelo show Casa Ramil, que ocorreu no primeiro fim de semana do mês de agosto, no Sesc Vila Mariana. Admito que agora a leitura está um pouco estagnada, mas não a abandonei.


Novidades no acervo

A livraria, de Penelope Fitzgerald. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2018.

Descobri esse livro por acaso e fiquei curiosa sobre ele. Descobri que recentemente foi lançado um filme baseado nele, consegui encontra-lo para assistir e adorei, embora tenha chorado um bocado. Vi algumas resenhas do livro no Skoob e parece que a galera não gostou muito, mas tampouco as resenhas da “Livraria Mágica de Paris” eram boas e eu amei o livro, então decidi dar uma chance. Encontrei-o a bom preço no site da Livraria Cultura.

Mr. Gwyn, de Alessandro Baricco. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2014.

Mais um para a lista dos livros que li no Kindle, mas gostei tanto que desejei um exemplar impresso pra chamar de meu. Na verdade, foi esse título que deu início à lista. Levei um tempo garimpando por aí, tentando decidir se preferia comprar um exemplar novo ou usado até encontrar esse volume em ótimo estado e a bom preço no Sebo Avalovara. O livro está como novo e eu, claro, fiquei super feliz.

Vitor Ramil: nascer leva tempo, de Luís Rubira. Porto Alegre: Pubblicato, 2015.

Descobri esse livro por acaso, enquanto pesquisava as obras literárias do Vitor Ramil no site da Estante Virtual. Encontrei um exemplar no sebo Traça a bom preço, mas antes de fechar ou não a compra eu decidi procurar em outros locais. Não achei preço bom como o deles, na descrição dizia que ele nunca tinha sido lido, então decidi confiar. Ele chegou em perfeito estado! Fiz um bom negócio.

Farmácia literária, de Ella Berthoud e Susan Elderkin. Campinas: Verus, 2016.

Livro na lista de desejados há algum tempo, mais exatamente desde a leitura do livro “A livraria mágica de Paris”, pois, além de o personagem principal do livro ser dono de um barco-livraria com esse mesmo nome, a ideia dos livros servindo como remédios para diversos males me atraiu. Desde então tenho procurado ofertas. Eis que um dia, fazendo a minha pesquisa regular pelo Buscapé, eu encontro o livro novo por um preço absurdamente bom no site das Lojas Americanas. Mal posso esperar o momento de começar a folheá-lo.

Ex libris: pequeno objeto do desejo, de Stella Maris de Figueiredo Bertinazzo. Brasília: UNB, 2012.

Mais um para a minha coleção de livros sobre livros (ou, no caso, sobre itens relacionados aos livros). Eu já estava de olho nele há algum tempo e todos os exemplares disponíveis para compra estavam caros demais, então não esperava adquiri-lo tão cedo. Admito que essa compra foi relativamente impulsiva, pois o encontrei a bom preço também no site das Lojas Americanas e senti que não podia deixar a oportunidade passar.

Vida organizada, de Thais Godinho. São Paulo: Gente, 2014.
Papo astral, de Carol Vaz. São Paulo: Alaúde, 2018

Dois livrinhos adquiridos no trabalho, porque eu simplesmente não resisti. O primeiro estava na minha lista de desejados há anos e o segundo me conquistou pelo didatismo, além de tratar de astrologia, que é algo que eu adoro. Quando os vi na pilha de livros para cadastrar, sabia que tinham de ser meus.

Amor nas alturas, de C. Caraciolo. São Paulo: Livros Prontos, 2018.

Comprinha feita na Bienal do Livro, para prestigiar a dona Clara Taveira, conhecida também como C. Caraciolo. Imagine a pessoa que mal chegou à Bienal e marchou até o estande da Livros Prontos para garantir o meu exemplar? Imagine a pessoa que quase começou a chorar ao ver o livro todo bonitão e impresso? Eu sou muito exagerada quando consigo demonstrar meus sentimentos, eu sei. Uma pena que eu não tenha conseguido ir à sessão de autógrafos, pois queria dar um abraço de urso na Clara (e no Raphael, claro!) e dizer pessoalmente a ela o quanto fico feliz em saber que ela está realizando esses sonhos. Meu exemplar está apenas aguardando a oportunidade de receber uma carta no formato de dedicatória.

Lobisomem pós-moderno, de Adenildo Lima e Márcio Ahimsa. São Paulo: Editora da Gente, 2012.
A parteira, de Adenildo Lima. São Paulo: Editora da Gente, 2015.
Varal, de Maria Vilani. São Paulo: Editora da Gente, 2012.

Três livros que eu comprei na festa de inauguração da Livraria da Gente. Há tempos eu queria poder prestigiar o trabalho dos irmãos Lima, responsáveis tanto pela editora quanto pela livraria, e haveria momento melhor do que esse? Em meio a garrafas de vinho, petiscos e boas prosas, consegui pedir ao Adenildo que autografasse seus dois livros e ele me fez dedicatórias lindas. Que noite fantástica!

A sociedade literária e a torta de casca de batata, de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.

Estava com esse livro há algum tempo na lista de desejados do Skoob quando saiu o filme para a Netflix. Por sorte do meu instinto mais do que apurado, eu pulei a cena inicial (que eu não poderia ver por motivos de fobia) e assim pude ver e me encantar pelo filme. Com isso, a vontade de ter o livro se tornou quase intolerável. Pesquisei em diversos lugares, mas, por conta da alta do filme, os preços tinham subido e o estoque estava diminuindo. Encontrei, num site cujo nome eu não gosto, alguém vendendo o livro usado por um bom preço e comprei, apesar do frete caro.

Se eu tivesse meu próprio dicionário, de Ni Brisant. São Paulo: Ed. do autor, 2018.

Tem coisa melhor do que comprar o livro direto com o escritor? O Ni tinha feito uma publicação em sua página do Facebook, informando que tinha feito uma nova tiragem do livro e, para adquiri-lo, bastava falar com ele. Reuni coragem, entrei em contato e comprei. O livrinho chegou em perfeitas condições e com uma dedicatória maravilhosa. Virou meu xodó!

Aquisições lindas da vez.


2 comentários:

  1. Weeeeeeee! Gosto bastante dessa coluna! ^^

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  2. Olha só! Eu conheço a obra do Ni Brisant faz um bom tempo. Feliz surpresa encontrá-lo entre os livros adquiridos. ^^~
    Gosto muito do "Livraria Mágica de Paris". Fiquei surpreso com o quanto a leitura me cativou, tanto quanto o "Lobo da Estepe", do Hesse, que será sempre o topo da lista. Acho que gosto do jeito que os alemães escrevem. XD
    Parabéns pelo blog, como sempre. :D

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