Bem vindos a mais uma edição do Marca-Páginas, minha coluna
de leituras e aquisições recentes. Nessa quinta edição – ainda gigante porque
precisava dar conta de muitas leituras e, principalmente, de aquisições
acumuladas –, tem alguns presentes que ganhei, tem bastante literatura
nacional, publicações independentes, livros escritos por mulheres, alguns
ebooks e uma pitada de literatura em língua inglesa. Bora conferir?
Leituras concluídas
Não me dê flores, de Clara Caraciolo. São Paulo: Livros
Prontos, 2018 (leitura no Kindle para smartphone)
Primeiro ebook da Clara Caraciolo (ou Clara Taveira ou C.
Caraciolo ou Clarinha, como eu gosto de chamar), que eu li – mas quase
abandonei perto do final por motivos absolutamente pessoais já reportados à
autora – e gostei muito. O livro trata do explosivo encontro de Julia,
brasileira sem papas na língua e doutoranda numa universidade dos Estados
Unidos, que só quer saber de concluir logo seus estudos e voltar para o Brasil,
e Tom, ex-jogador de futebol americano e também doutorando, que já teve sua
cota de alpinistas sociais. A construção dos personagens é cativante, mesmo os
secundários. Sentimos vontade de continuar com eles. Fiquei encantada pela
Cindy e pela Kate! Quero saber mais delas.
Como um romance, de Daniel Pennac. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
Conhece os dez direitos imprescindíveis do leitor? Então
você conhece Daniel Pennac. Descobri esse livro por acaso – trechos dele
estavam em um processo seletivo do qual participei – e fiquei completamente
encantada! O livro é bem mais do que as versões ilustradas dos direitos do
leitor mostram: é uma aula de mediação de leitura e do desejo inerente do ser
humano de fabular. Pretendo revisitar esse livro muitas vezes.
Conhece os direitos do leitor, segundo Daniel Pennac? |
O maravilhoso bistrô francês, de Nina George. Rio de
Janeiro: Record, 2017.
Após ler “A livraria mágica de Paris”, é claro que eu queria
mais livros da autora, embora suspeitasse que nenhum poderia me trazer emoção
semelhante. Iniciei a leitura sem tanto entusiasmo, admito, mas fui me
encantando cada vez mais por Marianne ao ponto de quase não querer terminar a
história. Não tem como não torcer por ela. Chorei em algumas passagens, fiquei
com o coração na mão em outras e suspirei várias vezes com a narrativa repleta
de leveza de Nina George. Está na minha lista de releituras necessárias.
The bookshop on the corner, de Jenny Colgan. New York:
William Morrow, 2016 (leitura no Kindle)
Descoberta do acaso, quando eu buscava alguns títulos no
site da Amazon. O livro trata da história de Nina Redmond, uma bibliotecária
canhota e introvertida de 29 anos, que alimenta o louco sonho de abrir a
própria livraria. Pareceu uma leitura bastante apropriada pra mim, não?
Encontrei o ebook e decidi ler sem grandes pretensões. Gostei bastante da
história, adorei as críticas à empolgação excessiva com a tecnologia, mas
admito que o final não me convenceu muito. Acho que o livro nunca foi traduzido
para o português. Uma pena, porque seria legal termos mais livros com
bibliotecários como protagonistas.
Lena: abrindo as asas, de Clara Taveira. Rio de Janeiro: Ed.
da autora, 2016 (leitura no Kindle para smartphone)
Na verdade esse é o primeiro ebook da Clara que eu tenho,
mas até então não tinha engrenado na leitura. Após ler “Não me dê flores” e
descobrir que a Julia é irmã mais velha da Lena, protagonista da duologia "Wings", iniciada por esse romance, e da trilogia “Amor nas Alturas”, quis me
aventurar mais uma vez. Como disse anteriormente, os personagens são todos
muito cativantes e eu – não sei se por algum tipo de identificação ou o quê –
gostei particularmente da Lena. Deu vontade de aprender a costurar também.
84 Charing Cross Road, de Helene Hanff. London: Sphere,
2010.
Vi o filme homônimo – que aqui no Brasil tem o estranho
título de “Nunca te vi, sempre te amei” – recentemente e fiquei apaixonada.
Após buscar muito pelo livro, optei por ler no idioma original. Estou bastante
enferrujada no inglês, a leitura fluiu com alguma lentidão, mas eu adorei.
Helene pareceu ser uma figura muito espirituosa; é muito gostoso ler as trocas
de cartas e saber que aquela correspondência foi real. Bate uma emoção ler como
o amor aos livros une as pessoas.
Meninos que não vão a casamentos, de Ni Brisant e Márcio
Sno. São Paulo: Selin Trovoar, 2017.
Fanzine sensacional, lido pouco após eu tê-lo recebido. O
fanzine é composto por tirinhas, escritas pelo Ni e ilustradas pelo Márcio,
sobre pessoas que não sabem amar. Admito que tive algumas ideias com essa
leitura, assim como tive ao ler “Se eu tivesse meu próprio dicionário”...
Vejamos, né?
A lua nos olhos de Maria, de Willian Delarte. São Paulo:
Selin Trovoar, 2018.
Esse pequeno livro me causou tamanha impressão que ainda
estou buscando verbalizar, sabe? Ele é leve e duro e encantador. Acho que todo
mundo devia lê-lo, para ver o mundo com outros olhos.
Casa das estrelas, de Javier Naranjo (sel.). São Paulo: Foz,
2013.
Leitura feita quase por acaso, em uma única sentada. Naranjo
colheu e selecionou definições dadas por crianças sobre diversos termos, como
amor, família, morte e universo. Não tenho palavras para descrever o quanto
esse livro é encantador, a começar pela capa (em especial a da primeira edição.
Admito que gostei menos da capa da edição mais recente). Claro que já estou
buscando um exemplar para mim.
A revolução dos feios, de Ni Brisant. São Paulo: Selin
Trovoar, 2018.
Última leitura de 2018. Fiz questão de ler devagar,
saboreando as palavras, para que não acabasse tão já. Algumas histórias me
atingiram como um choque. Algumas me emocionaram muito. Outras me fizeram
fechar o livro por alguns momentos para sentir melhor. Outras me silenciaram
profundamente. Esse livro me acompanhou por vários lugares, me serviu de amuleto
em algumas situações e também foi testemunha de um caso chato que me aconteceu
pouco antes do Natal. Eu já gostava da poesia do Ni, agora gosto muito da prosa
também. Ótimo livro para encerrar minhas leituras do ano.
Algumas das leituras concluídas da vez. |
Abandonos temporários (ou não)
A questão dos livros, de Robert Darnton. São Paulo:
Companhia das Letras, 2010.
Ainda quero retomar essa leitura, mas por enquanto não é a
hora.
Vitor Ramil: nascer leva tempo, de Luís Rubira. Porto
Alegre: Pubblicato, 2015.
Mais uma leitura deixada de escanteio por eu simplesmente
ter perdido o interesse. Acontece. Espero voltar a lê-lo em breve.
Leituras em andamento
Amor nas alturas, de C. Caraciolo. São Paulo: Livros
Prontos, 2018.
Já que me rendi aos personagens sensacionais da Clara, por
que não me aventurar de vez pela trilogia? Tenho levado esse belo calhamaço
para passear nos últimos tempos. Talvez leve tempo para terminar, porque
desacostumei com livros grandes (ou com três livros em um único tomo), mas
estou me divertindo.
Pequeno dicionário de palavras ao vento, de Adriana Falcão.
São Paulo: Planeta, 2003.
A intenção era ler os verbetes deste livro numa tacada só, porém
estou gostando de lê-los aos poucos. É gostoso refletir sobre as definições que
a autora dá para palavras como adeus, balé, carinho, demora, efêmero,
fascinação, gargalhada, harmonia e insensatez. No momento, percorro a letra J.
Heróis demais, de Laura Restrepo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2011 (leitura no Kindle)
Primeira leitura iniciada em 2019. Nunca li nada da autora,
mas como ouvi boas recomendações e encontrei um ebook dela no meu acervo
pessoal de livros digitais, decidi tentar. Até então eu gostei da narrativa.
Estou curiosa para saber como a história se desenvolve.
Novidades no acervo
Artesanato. São Paulo: Publifolha, 2013.
Querido poeta: correspondência de Vinicius de Moraes, de Ruy
Castro (org.). São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
Os sapatos de Orfeu: biografia de Carlos Drummond de Andrade,
de José Maria Cançado. São Paulo: Scritta Editorial, 1993.
Pequeno guia histórico das livrarias brasileiras, de
Ubiratan Machado. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.
O maravilhoso bistrô francês, de Nina George. Rio de
Janeiro: Record, 2017.
Como um romance, de Daniel Pennac. Rio de Janeiro: Rocco,
1995.
Compra gigante feita no Sebo do Messias, após muito garimpo
no site e muita ponderação. Há tempos a louca dos livros não me atacava desse
jeito, porque tenho tentado lidar com meus impulsos consumistas. Fico um pouco
mais tranquila em pensar que muitos dos títulos estava na minha lista de
desejos e que o valor total da compra equivale a mais ou menos dois livros
novos.
Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estés.
Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
Qual é a tua obra?, de Mario Sergio Cortella. Petrópolis:
Vozes, 2015.
Viva a língua brasileira!, de Sérgio Rodrigues. São Paulo:
Companhia das Letras, 2016.
Livros que apareceram no trabalho e que, por eu ter um bom
saldo de crédito na loja, não pude resistir. “Mulheres que correm com os lobos”
estava na minha lista de desejados há tempos, enquanto os outros dois me
despertaram interesse quando os folheei, antes de decidir pegá-los pra mim.
84 Charing Cross Road, de Helene Hanff. London: Sphere, 2010.
Desde pouco antes de assistir ao filme eu já estava com
vontade de ler e ter esse livro. É bem difícil encontrar a edição em português
a bom preço e em bom estado de conservação, então fui garimpar no idioma
original. Como comprei esse exemplar novo, o preço saiu bem acima do que
gostaria de pagar por um paperback (muito mais frágil do que a nossa brochura),
mas como era a edição que eu queria, estou satisfeita.
Fadas no divã: psicanálise nas histórias infantis, de Diana
Lichtenstein Corso e Mário Corso. Porto Alegre: Artmed, 2007.
Livro sugerido pela maravilhosa Kiara Terra no curso que ela
ministrou n’A Casa Tombada. Encontrei uma boa oferta no site da Saraiva, junto
com o “Psicanálise nos contos de fada”, porém recebi apenas um dos exemplares.
A compra foi realizada no início de novembro e até agora estou esperando o
reembolso do livro que nunca chegou. Bom, pelo menos o livro que eu queria mais
foi entregue.
A biblioteca à noite, de Alberto Manguel. São Paulo:
Companhia das Letras, 2018.
Pensa num livro desejado? Já tem algum tempo que busco um
exemplar desse livro pra chamar de meu e a vontade aumentou quando fui visitar
a exposição homônima, que está rolando no Sesc Avenida Paulista. Não encontrava
em lugar algum, quando vi no Mercado Livre um vendedor pedindo o equivalente ao
preço de capa na época em que ele foi lançado. Fiz as perguntas de praxe e
descobri que se tratava de uma empresa que faz impressão sob demanda, segundo
eles, com o aval da editora. Decidi pagar pra ver. Não me arrependi, embora
saiba que tem um lado meu, colecionista, que gostaria de ter um exemplar
original da editora.
Estação das chuvas, de José Eduardo Agualusa. Rio de
Janeiro: Língua Geral, 2010.
Esse é um daqueles livros que, por acaso, me encontram no
trabalho. Estava arrumando as coisas para ir aos correios, despachar as
encomendas do dia, quando vejo esse belo exemplar na mesa das novidades. Olhei
o preço, refleti, li a contracapa, li as orelhas do livro e decidi ficar com
ele. Gosto dos livros do Agualusa e gosto das edições da Língua Geral. Já está
na fila de leituras futuras.
A revolução dos feios, de Ni Brisant. São Paulo: Selin
Trovoar, 2018.
Como disse na edição anterior do Marca-Páginas, acompanho o
trabalho do Ni nas redes sociais há bastante tempo, até finalmente criar
vergonha na cara e comprar um de seus livros, o “Se eu tivesse meu próprio
dicionário”. Depois dele, é claro que quis mais. Quando vi que ele estava
lançando a segunda edição de “A revolução dos feios”, cujo lançamento foi em
2016, eu aproveitei a oportunidade e garanti um exemplar bonitão e autografado
pra chamar de meu. De quebra, acabei conhecendo o autor pessoalmente!
Meninos que não vão a casamentos, de Ni Brisant e Márcio
Sno. São Paulo: Selin Trovoar, 2017.
Presente do autor, recebido junto com meu exemplar d’A
revolução dos feios. Suspeito que seja para me estimular a escrever. Quase
chorei de tanta emoção, que gafe!
A lua nos olhos de Maria, de Willian Delarte. São Paulo:
Selin Trovoar, 2018.
Presente mais do que amado da Marli Pereira da Silva, mulher
maravilhosa que eu conheci na Feira Fora da Curva, em um dos meus raros sábados
de folga. Fiquei emocionada em ganhá-lo, não só porque estava flertando com
esse livro há algum tempo, mas também e principalmente pelo carinho do gesto.
Encarna, de Berimba de Jesus. São Paulo: Edições Maloqueiristas,
2014.
Presente do Ni Brisant, no dia em que fui à Feira Fora da Curva e acabei conhecendo várias pessoas maravilhosas. O que dizer dessas
pessoas que presenteiam com livros? Acho que, naquele dia, meu sorriso não
cabia no rosto.
Quero colo!, de Stela Barbieri e Fernando Vilela. São Paulo:
Edições SM, 2018.
Pedro vira porco-espinho, de Janaina Tokitaka. São Paulo:
Jujuba, 2017.
Mais presentes da Marli, dessa vez por intermédio da Flora,
filha do Ni. Os livros eram para ela, na verdade, mas como ela já os tinha quem
ganhou fui eu. Ambos os livros foram citados em um curso online que fiz
recentemente, ministrado pelo Laboratório Emília de Formação, e estavam entre
os meus desejados. Acho que esse foi o dia mais maravilhosamente sortudo da
minha vida até então. Tô meio besta ainda de tanto afeto recebido.
Nossas noites, de Kent Haruf. São Paulo: Companhia das
Letras, 2017.
A caderneta vermelha, de Antoine Laurain. Rio de Janeiro:
Alfaguara, 2016.
Comprinhas feitas no Sebo do Messias para compor a minha seção
de livros que já li, mas que gostei tanto que desejei ter um exemplar pra mim.
Pequeno dicionário de palavras ao vento, de Adriana Falcão.
São Paulo: Planeta, 2003.
Pensa numa pessoa que se apaixonou por um livro assim que
soube de sua existência? Gosto demais do “Mania de explicação”, livro infantil
da Adriana Falcão com ilustrações da Mariana Massarani. Quando descobri que ela
publicou um dicionário, não tive dúvidas: tratei de caçar um pra mim! Encontrei
no Traça e foi um ótimo negócio, pois, graças a algum programa de descontos que
eles têm, o livro saiu quase pela metade do preço informado pelo site.
Eeeeita que esse marca-página é tamanho A2!
ResponderExcluirEstou a fim de ler esse outro da Nina George - curti muito o "Livraria" e acho que vou gostar desse outro.
ResponderExcluirE ainda preciso adquirir o "Revolução dos Feios" do Ni. Os anteriores já tenho todos. ^^
Sempre gosto de ler o Marca-Páginas. Continue postando sempre!