terça-feira, 8 de janeiro de 2019

O Marca-Páginas #5


Bem vindos a mais uma edição do Marca-Páginas, minha coluna de leituras e aquisições recentes. Nessa quinta edição – ainda gigante porque precisava dar conta de muitas leituras e, principalmente, de aquisições acumuladas –, tem alguns presentes que ganhei, tem bastante literatura nacional, publicações independentes, livros escritos por mulheres, alguns ebooks e uma pitada de literatura em língua inglesa. Bora conferir?
  

Leituras concluídas

Não me dê flores, de Clara Caraciolo. São Paulo: Livros Prontos, 2018 (leitura no Kindle para smartphone)

Primeiro ebook da Clara Caraciolo (ou Clara Taveira ou C. Caraciolo ou Clarinha, como eu gosto de chamar), que eu li – mas quase abandonei perto do final por motivos absolutamente pessoais já reportados à autora – e gostei muito. O livro trata do explosivo encontro de Julia, brasileira sem papas na língua e doutoranda numa universidade dos Estados Unidos, que só quer saber de concluir logo seus estudos e voltar para o Brasil, e Tom, ex-jogador de futebol americano e também doutorando, que já teve sua cota de alpinistas sociais. A construção dos personagens é cativante, mesmo os secundários. Sentimos vontade de continuar com eles. Fiquei encantada pela Cindy e pela Kate! Quero saber mais delas.

Como um romance, de Daniel Pennac. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.

Conhece os dez direitos imprescindíveis do leitor? Então você conhece Daniel Pennac. Descobri esse livro por acaso – trechos dele estavam em um processo seletivo do qual participei – e fiquei completamente encantada! O livro é bem mais do que as versões ilustradas dos direitos do leitor mostram: é uma aula de mediação de leitura e do desejo inerente do ser humano de fabular. Pretendo revisitar esse livro muitas vezes.

Conhece os direitos do leitor, segundo Daniel Pennac?

O maravilhoso bistrô francês, de Nina George. Rio de Janeiro: Record, 2017.

Após ler “A livraria mágica de Paris”, é claro que eu queria mais livros da autora, embora suspeitasse que nenhum poderia me trazer emoção semelhante. Iniciei a leitura sem tanto entusiasmo, admito, mas fui me encantando cada vez mais por Marianne ao ponto de quase não querer terminar a história. Não tem como não torcer por ela. Chorei em algumas passagens, fiquei com o coração na mão em outras e suspirei várias vezes com a narrativa repleta de leveza de Nina George. Está na minha lista de releituras necessárias.

The bookshop on the corner, de Jenny Colgan. New York: William Morrow, 2016 (leitura no Kindle)

Descoberta do acaso, quando eu buscava alguns títulos no site da Amazon. O livro trata da história de Nina Redmond, uma bibliotecária canhota e introvertida de 29 anos, que alimenta o louco sonho de abrir a própria livraria. Pareceu uma leitura bastante apropriada pra mim, não? Encontrei o ebook e decidi ler sem grandes pretensões. Gostei bastante da história, adorei as críticas à empolgação excessiva com a tecnologia, mas admito que o final não me convenceu muito. Acho que o livro nunca foi traduzido para o português. Uma pena, porque seria legal termos mais livros com bibliotecários como protagonistas.

Lena: abrindo as asas, de Clara Taveira. Rio de Janeiro: Ed. da autora, 2016 (leitura no Kindle para smartphone)

Na verdade esse é o primeiro ebook da Clara que eu tenho, mas até então não tinha engrenado na leitura. Após ler “Não me dê flores” e descobrir que a Julia é irmã mais velha da Lena, protagonista da duologia "Wings", iniciada por esse romance, e da trilogia “Amor nas Alturas”, quis me aventurar mais uma vez. Como disse anteriormente, os personagens são todos muito cativantes e eu – não sei se por algum tipo de identificação ou o quê – gostei particularmente da Lena. Deu vontade de aprender a costurar também.

84 Charing Cross Road, de Helene Hanff. London: Sphere, 2010.

Vi o filme homônimo – que aqui no Brasil tem o estranho título de “Nunca te vi, sempre te amei” – recentemente e fiquei apaixonada. Após buscar muito pelo livro, optei por ler no idioma original. Estou bastante enferrujada no inglês, a leitura fluiu com alguma lentidão, mas eu adorei. Helene pareceu ser uma figura muito espirituosa; é muito gostoso ler as trocas de cartas e saber que aquela correspondência foi real. Bate uma emoção ler como o amor aos livros une as pessoas.

Meninos que não vão a casamentos, de Ni Brisant e Márcio Sno. São Paulo: Selin Trovoar, 2017.

Fanzine sensacional, lido pouco após eu tê-lo recebido. O fanzine é composto por tirinhas, escritas pelo Ni e ilustradas pelo Márcio, sobre pessoas que não sabem amar. Admito que tive algumas ideias com essa leitura, assim como tive ao ler “Se eu tivesse meu próprio dicionário”... Vejamos, né?

A lua nos olhos de Maria, de Willian Delarte. São Paulo: Selin Trovoar, 2018.

Esse pequeno livro me causou tamanha impressão que ainda estou buscando verbalizar, sabe? Ele é leve e duro e encantador. Acho que todo mundo devia lê-lo, para ver o mundo com outros olhos.

Casa das estrelas, de Javier Naranjo (sel.). São Paulo: Foz, 2013.

Leitura feita quase por acaso, em uma única sentada. Naranjo colheu e selecionou definições dadas por crianças sobre diversos termos, como amor, família, morte e universo. Não tenho palavras para descrever o quanto esse livro é encantador, a começar pela capa (em especial a da primeira edição. Admito que gostei menos da capa da edição mais recente). Claro que já estou buscando um exemplar para mim.

A revolução dos feios, de Ni Brisant. São Paulo: Selin Trovoar, 2018.

Última leitura de 2018. Fiz questão de ler devagar, saboreando as palavras, para que não acabasse tão já. Algumas histórias me atingiram como um choque. Algumas me emocionaram muito. Outras me fizeram fechar o livro por alguns momentos para sentir melhor. Outras me silenciaram profundamente. Esse livro me acompanhou por vários lugares, me serviu de amuleto em algumas situações e também foi testemunha de um caso chato que me aconteceu pouco antes do Natal. Eu já gostava da poesia do Ni, agora gosto muito da prosa também. Ótimo livro para encerrar minhas leituras do ano.

Algumas das leituras concluídas da vez.


Abandonos temporários (ou não)

A questão dos livros, de Robert Darnton. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Ainda quero retomar essa leitura, mas por enquanto não é a hora.

Vitor Ramil: nascer leva tempo, de Luís Rubira. Porto Alegre: Pubblicato, 2015.

Mais uma leitura deixada de escanteio por eu simplesmente ter perdido o interesse. Acontece. Espero voltar a lê-lo em breve.


Leituras em andamento

Amor nas alturas, de C. Caraciolo. São Paulo: Livros Prontos, 2018.

Já que me rendi aos personagens sensacionais da Clara, por que não me aventurar de vez pela trilogia? Tenho levado esse belo calhamaço para passear nos últimos tempos. Talvez leve tempo para terminar, porque desacostumei com livros grandes (ou com três livros em um único tomo), mas estou me divertindo.

Pequeno dicionário de palavras ao vento, de Adriana Falcão. São Paulo: Planeta, 2003.

A intenção era ler os verbetes deste livro numa tacada só, porém estou gostando de lê-los aos poucos. É gostoso refletir sobre as definições que a autora dá para palavras como adeus, balé, carinho, demora, efêmero, fascinação, gargalhada, harmonia e insensatez. No momento, percorro a letra J.

Heróis demais, de Laura Restrepo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011 (leitura no Kindle)

Primeira leitura iniciada em 2019. Nunca li nada da autora, mas como ouvi boas recomendações e encontrei um ebook dela no meu acervo pessoal de livros digitais, decidi tentar. Até então eu gostei da narrativa. Estou curiosa para saber como a história se desenvolve.


Novidades no acervo

Artesanato. São Paulo: Publifolha, 2013.
Querido poeta: correspondência de Vinicius de Moraes, de Ruy Castro (org.). São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
Os sapatos de Orfeu: biografia de Carlos Drummond de Andrade, de José Maria Cançado. São Paulo: Scritta Editorial, 1993.
Pequeno guia histórico das livrarias brasileiras, de Ubiratan Machado. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.
O maravilhoso bistrô francês, de Nina George. Rio de Janeiro: Record, 2017.
Como um romance, de Daniel Pennac. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.

Compra gigante feita no Sebo do Messias, após muito garimpo no site e muita ponderação. Há tempos a louca dos livros não me atacava desse jeito, porque tenho tentado lidar com meus impulsos consumistas. Fico um pouco mais tranquila em pensar que muitos dos títulos estava na minha lista de desejos e que o valor total da compra equivale a mais ou menos dois livros novos.

A louca dos livros ataca novamente!

Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estés. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
Qual é a tua obra?, de Mario Sergio Cortella. Petrópolis: Vozes, 2015.
Viva a língua brasileira!, de Sérgio Rodrigues. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

Livros que apareceram no trabalho e que, por eu ter um bom saldo de crédito na loja, não pude resistir. “Mulheres que correm com os lobos” estava na minha lista de desejados há tempos, enquanto os outros dois me despertaram interesse quando os folheei, antes de decidir pegá-los pra mim.

84 Charing Cross Road, de Helene Hanff. London: Sphere, 2010.

Desde pouco antes de assistir ao filme eu já estava com vontade de ler e ter esse livro. É bem difícil encontrar a edição em português a bom preço e em bom estado de conservação, então fui garimpar no idioma original. Como comprei esse exemplar novo, o preço saiu bem acima do que gostaria de pagar por um paperback (muito mais frágil do que a nossa brochura), mas como era a edição que eu queria, estou satisfeita.

Fadas no divã: psicanálise nas histórias infantis, de Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso. Porto Alegre: Artmed, 2007.

Livro sugerido pela maravilhosa Kiara Terra no curso que ela ministrou n’A Casa Tombada. Encontrei uma boa oferta no site da Saraiva, junto com o “Psicanálise nos contos de fada”, porém recebi apenas um dos exemplares. A compra foi realizada no início de novembro e até agora estou esperando o reembolso do livro que nunca chegou. Bom, pelo menos o livro que eu queria mais foi entregue.

A biblioteca à noite, de Alberto Manguel. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Pensa num livro desejado? Já tem algum tempo que busco um exemplar desse livro pra chamar de meu e a vontade aumentou quando fui visitar a exposição homônima, que está rolando no Sesc Avenida Paulista. Não encontrava em lugar algum, quando vi no Mercado Livre um vendedor pedindo o equivalente ao preço de capa na época em que ele foi lançado. Fiz as perguntas de praxe e descobri que se tratava de uma empresa que faz impressão sob demanda, segundo eles, com o aval da editora. Decidi pagar pra ver. Não me arrependi, embora saiba que tem um lado meu, colecionista, que gostaria de ter um exemplar original da editora.

Estação das chuvas, de José Eduardo Agualusa. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2010.

Esse é um daqueles livros que, por acaso, me encontram no trabalho. Estava arrumando as coisas para ir aos correios, despachar as encomendas do dia, quando vejo esse belo exemplar na mesa das novidades. Olhei o preço, refleti, li a contracapa, li as orelhas do livro e decidi ficar com ele. Gosto dos livros do Agualusa e gosto das edições da Língua Geral. Já está na fila de leituras futuras.

A revolução dos feios, de Ni Brisant. São Paulo: Selin Trovoar, 2018.

Como disse na edição anterior do Marca-Páginas, acompanho o trabalho do Ni nas redes sociais há bastante tempo, até finalmente criar vergonha na cara e comprar um de seus livros, o “Se eu tivesse meu próprio dicionário”. Depois dele, é claro que quis mais. Quando vi que ele estava lançando a segunda edição de “A revolução dos feios”, cujo lançamento foi em 2016, eu aproveitei a oportunidade e garanti um exemplar bonitão e autografado pra chamar de meu. De quebra, acabei conhecendo o autor pessoalmente!

Meninos que não vão a casamentos, de Ni Brisant e Márcio Sno. São Paulo: Selin Trovoar, 2017.

Presente do autor, recebido junto com meu exemplar d’A revolução dos feios. Suspeito que seja para me estimular a escrever. Quase chorei de tanta emoção, que gafe!

A lua nos olhos de Maria, de Willian Delarte. São Paulo: Selin Trovoar, 2018.

Presente mais do que amado da Marli Pereira da Silva, mulher maravilhosa que eu conheci na Feira Fora da Curva, em um dos meus raros sábados de folga. Fiquei emocionada em ganhá-lo, não só porque estava flertando com esse livro há algum tempo, mas também e principalmente pelo carinho do gesto.

Encarna, de Berimba de Jesus. São Paulo: Edições Maloqueiristas, 2014.

Presente do Ni Brisant, no dia em que fui à Feira Fora da Curva e acabei conhecendo várias pessoas maravilhosas. O que dizer dessas pessoas que presenteiam com livros? Acho que, naquele dia, meu sorriso não cabia no rosto.

Quero colo!, de Stela Barbieri e Fernando Vilela. São Paulo: Edições SM, 2018.
Pedro vira porco-espinho, de Janaina Tokitaka. São Paulo: Jujuba, 2017.

Mais presentes da Marli, dessa vez por intermédio da Flora, filha do Ni. Os livros eram para ela, na verdade, mas como ela já os tinha quem ganhou fui eu. Ambos os livros foram citados em um curso online que fiz recentemente, ministrado pelo Laboratório Emília de Formação, e estavam entre os meus desejados. Acho que esse foi o dia mais maravilhosamente sortudo da minha vida até então. Tô meio besta ainda de tanto afeto recebido.

Nossas noites, de Kent Haruf. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
A caderneta vermelha, de Antoine Laurain. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2016.

Comprinhas feitas no Sebo do Messias para compor a minha seção de livros que já li, mas que gostei tanto que desejei ter um exemplar pra mim.

Pequeno dicionário de palavras ao vento, de Adriana Falcão. São Paulo: Planeta, 2003.

Pensa numa pessoa que se apaixonou por um livro assim que soube de sua existência? Gosto demais do “Mania de explicação”, livro infantil da Adriana Falcão com ilustrações da Mariana Massarani. Quando descobri que ela publicou um dicionário, não tive dúvidas: tratei de caçar um pra mim! Encontrei no Traça e foi um ótimo negócio, pois, graças a algum programa de descontos que eles têm, o livro saiu quase pela metade do preço informado pelo site.

Há quanto tempo não tinha uma pilha de aquisições (e presentes) desse tamanho!

2 comentários:

  1. Eeeeita que esse marca-página é tamanho A2!

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  2. Estou a fim de ler esse outro da Nina George - curti muito o "Livraria" e acho que vou gostar desse outro.
    E ainda preciso adquirir o "Revolução dos Feios" do Ni. Os anteriores já tenho todos. ^^
    Sempre gosto de ler o Marca-Páginas. Continue postando sempre!

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