segunda-feira, 25 de março de 2019

O Marca-Páginas #6


Bem vindos ao Marca-Páginas, minha coluna de leituras e aquisições recentes. Nessa sexta edição, temos uma dose de desassossego, um pouquinho de biblioterapia, garimpos imperdíveis, algumas publicações independentes, muitas autoras e muita, mas muita poesia contemporânea. Bora lá?



Leituras concluídas

Heróis demais, de Laura Restrepo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011 (leitura no Kindle)

A primeira leitura concluída do ano foi feita por recomendação, já que eu não conhecia nada da autora. Por sorte encontrei esse título no meu acervo de ebooks pro Kindle. A leitura fluiu de forma muito gostosa. Curti bastante a forma concisa de narrar a história, quase sem precisar de descrições físicas ou espaciais para compor a trama. Fiquei curiosa para ler mais livros dela.

O paraíso são os outros, de Valter Hugo Mãe. São Paulo, Cosac Naify, 2014.

Leitura rapidinha, feita no trabalho. Já ouvi falar muito de Valter Hugo Mãe, mas nunca li nada dele (embora tenha um exemplar de “A máquina de fazer espanhóis” no meu acervo, só aguardando o dia de ser lido ou passado adiante). Gostei demais, tanto do texto quanto das ilustrações do Nino Cais. Se não fosse uma edição esgotada da finada editora CosacNaify – portanto muito mais cara do que eu acho que deveria ser – eu teria ficado com ela pra mim.

A cor do sal, de Rafael F. Carvalho. São Paulo: Patuá, 2013.

Mais uma leitura feita no trabalho, enquanto cadastrava o exemplar no site da Estante Virtual. Fotografei alguns dos meus trechos favoritos, porque não planejava pegar o livro pra mim, mas confesso que continuo tentada.

Tudo nela brilha e queima, de Ryane Leão. São Paulo: Planeta, 2018.

Já estava pra ler esse livro desde que o adquiri, no começo de fevereiro. Aproveitei o início das minhas férias, agora em março, e a minha decisão de fazer uma espécie de detox digital para mergulhar em leituras há muito desejadas. Como é gostoso ler o que a Ryane escreve! Mesmo as poesias que nos põem lágrimas nos olhos – no meu caso, quase todas, porque deságuo com facilidade – possuem certo afago. Saboreei o livro em menos de 24 horas e aguardo a possibilidade dela futuramente lançar um segundo livro.

Todas as funções de uma cicatriz, de Lâmia Brito. São Paulo: Ed. do autor, 2017.

Leitura feita em uma tarde, assim que concluí o livro da Ryane Leão. Comecei a lê-lo, na verdade, no meio de janeiro, mas ele também foi parar na pilha dos livros a ler. Na onda das férias e do primeiro dia de detox digital, recomecei a leitura com o dobro de gosto. Não tem como não se demorar nas poesias da Lâmia. Elas parecem pedir pausas mais longas para sentir e reconhecer, nesse processo, as nossas próprias cicatrizes. Quero ler mais coisas dela.

Vivências em biblioterapia: práticas do cuidado através da literatura, de Cristiana Seixas. Niterói: Cândido, 2018.

Acho que comecei a ler esse livro no momento certo da minha vida. Desde as primeiras páginas eu senti uma conexão forte, como se ele dialogasse com a minha essência. Acredito no poder curativo da leitura e da escrita e essa leitura só me fez acreditar mais. O único porém é que a cada citação de livro que a autora fez – e foram várias – eu aumentei mais um pouco a interminável lista de desejados.

Toda via, de Michele Santos. São Paulo: Ed. do autor, 2015.

Mais uma leitura de uma tarde, feita no embalo das férias. Estou encantada por esse livro! Algo na poesia da Michele se comunicou com meu coração de tal forma que ela ainda está aqui dentro, sabe? Meu 2019, até então, começou pleno de poesia. Sinto que esse será um ano bastante poético pra mim (apesar de todas as situações absurdas que temos visto desde antes de o ano virar).

Algumas das leituras concluídas.


Leituras em andamento

Amor nas alturas, de C. Caraciolo. São Paulo: Livros Prontos, 2018.

Ainda passeando com Gab e Lena pela cidade de São Paulo, enquanto eles rodam o mundo.

Pequeno dicionário de palavras ao vento, de Adriana Falcão. São Paulo: Planeta, 2003.

A leitura está estacionada simplesmente porque outros títulos foram se intrometendo no caminho. Ainda me organizo e concluo essa jornada (até porque, ela estava muito gostosa).

O maravilhoso bistrô francês, de Nina George. Rio de Janeiro: Record, 2017 (releitura)

Em algum momento do mês de janeiro senti uma vontade doida de reler essa história. Não sei bem o motivo, mas parei no capítulo 33 e, como ainda não retomei, lá foi ele para a crescente pilha de livros que estou lendo ou quero ler em breve. No momento ele está emprestado pra minha irmã, porque senti que era uma boa ela ser apresentada à Marianne.

A biblioteca à noite, de Alberto Manguel. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Estou bem no comecinho da leitura, mas já encantada. A paixão que o Manguel tem pelos livros e pelas bibliotecas é contagiante. Tanto a bibliotecária quanto a louca dos livros em mim se sente contemplada.


Novidades no acervo

Casa das estrelas, de Javier Naranjo (sel.). São Paulo: Foz, 2013.

Quem acompanhou a edição anterior d’O Marca Páginas sabe que a primeira edição desse livro estava na minha lista de desejados. Após muito garimpar, finalmente encontrei, naquele site cujo nome eu detesto, a edição que eu queria. Para minha surpresa, o livro veio em excelente estado, parecendo novo. Melhor forma de começar as aquisições do ano!

Fala se essa capa não é apaixonante?

Todas as funções de uma cicatriz, de Lâmia Brito. São Paulo: Ed. do autor, 2017.

Livro lindo, com dedicatória da autora, adquirido após ver um bate papo dela com a Ryane Leão, mediado pela Jéssica Balbino, no Sesc Pinheiros. Das três eu só conhecia a Ryane. No decorrer do bate papo, fiquei espantada em me reconhecer em tantas das inquietações da Lâmia. Saí de lá apaixonada pelas três, feliz demais por ter me inscrito horas antes na oficina de escrita criativa que elas ministrariam dali duas semanas e com essa belezinha em mãos.

Livro do desassossego, de Fernando Pessoa. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

Não lembro mais há quanto tempo esse livro estava na minha lista de desejados. Aproveitei que tinha um exemplar no sebo no qual eu trabalho e fiquei com ele.

Trilha forrada de folhas: Nenpuku Sato: um mestre de haikai no Brasil, de Maurício Arruda Mendonça (sel.). São Paulo: Ciência do Acidente, 1999.

Mais um daqueles livros que devia ter pegado no trabalho quando apareceram, mas não peguei. Cadastrei um exemplar nos meus primeiros meses de trabalho, em meados do segundo semestre de 2017. Tinha me interessado, mas estava evitando comprar muitos livros. Esqueci por um tempo dele até que, em algum momento do ano passado, me interessei por haikais, procurei pelo livro e não encontrei. Julguei que ele tinha sido vendido, quando, no começo desse ano, um cliente desavisado o encontra e, junto de mais dois ou três títulos, decide comprá-lo. Só de raiva de mim mesma eu, minutos depois do cliente ter saído com o livro que eu desejava, busquei um exemplar na Estante Virtual e concluí o pedido.

Tudo nela brilha e queima, de Ryane Leão. São Paulo: Planeta, 2018.

Acompanho o “Onde jazz meu coração”, página da Ryane no Facebook, há tempos e desde que soube do lançamento do livro eu quis um. Como vários livros da minha lista de desejos, o tempo foi passando e outros títulos tomaram à frente. Eis que encontro um exemplar em excelente estado e a bom preço – naquele site cujo nome eu detesto – pouco tempo antes de eu começar a fazer a oficina “Margens: entre cicatrizes e poesia, o que fica?”, ministrada por ela, pela Jessica Balbino e pela Lâmia Brito. No segundo dia da oficina eu pedi para ela assinar meu exemplar e ganhei uma dedicatória maravilhosa! É bom demais ter contato próximo assim com quem admiramos, né?

Vivências em biblioterapia: práticas do cuidado através da literatura, de Cristiana Seixas. Niterói: Cândido, 2018.

Livro desejado desde o final da faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Graças à Livraria Martins Fontes, não precisei pagar o valor absurdo que estão pedindo em um exemplar usado. Depois dessa oferta, não o encontrei novo em nenhum outro lugar. Bem, não somos nós que encontramos os livros: são eles que nos encontram.

Amor livre é pleonasmo, de Ni Brisant. São Paulo: Selin Trovoar, 2019.

Se eu não me engano esse é um dos primeiros livros que eu comprei logo no lançamento. Gosto do que o autor escreve, adorei o título e, como essa edição traz os melhores textos de seus dois primeiros livros – que eu não tenho – mais textos inéditos, sabia que era compra certa. A edição ficou bonita demais.

O livro completo de Wicca e bruxaria, de Marian Singer. São Paulo: Madras, 2015.

Quando eu entrei na adolescência, no início dos anos 2000, a Abril vendia nas bancas uma revista juvenil italiana chamada W.I.T.C.H. Nela, além de várias coisas relacionadas à série Harry Potter, que estava em plena ascensão, havia muitas referências à Wicca e à bruxaria. Eu, que nada sabia a respeito e que, antes da revista, tinha muitas concepções erradas do que poderia ser, fiquei fascinada. Comprei vários números da revista, brinquei de montar uma escola de bruxaria, junto com minha irmã e a minha melhor amiga na época, a Fernanda, até que o interesse passou e pouco pensei no assunto.
Cerca de um ano atrás, um exemplar desse livro apareceu no trabalho. Eu fiquei encantada e o desejei muito, mas não fiquei com ele (não faço ideia dos motivos). Depois, descobri que esse livro está esgotado em tudo que é lugar. Passei algum tempo procurando exemplares usados que não custassem um quarto do meu salário e eis que finalmente encontrei um a bom preço (pra um livro esgotado). Apesar de não estar descrito o estado de conservação do livro, decidi arriscar. Quando chegou, fiquei ainda mais feliz, porque ele está como novo.

Acordais: fundamentos teórico-poéticos da arte de contar histórias, de Regina Machado. São Paulo: DCL, 2004.

Mais um achado no trabalho. Há algum tempo queria mais livros sobre contação de histórias, pois é um assunto que me fascina e que sei pouco a respeito. Quando vi esse exemplar na pilha de livros para cadastrar na Estante Virtual, nem pestanejei. Aos poucos aprendo a ouvir minha intuição e a ficar com os livros que me chamam.

Toda via, de Michele Santos. São Paulo: Ed. do autor, 2015.

No segundo dia da oficina “Margens: entre cicatrizes e poesia, o que fica?”, a Ryane Leão, a Lâmia Brito e a Jessica Balbino nos mostraram diversos livros de autoras e poetas nacionais contemporâneas. O livro da Michele Santos foi um dos que mais me chamou atenção. Em um desses acasos gostosos da vida, me deparei com um exemplar cuja dona anterior se desfez e o resto é romance.

Segredaria, de Cel Bentin. São Paulo: Patuá, 2014.

Conheci o poeta em um sarau e bate papo que rolou no último dia de janeiro, no Aparelha Luzia. Proseamos um bocado e soube que ele tinha livro lançado, mas que se esqueceu de levar no dia para divulgar. No mesmo acaso da vida que me fez encontrar o livro da Michele Santos, encontrei também o “Segredaria”. Já está no topo da lista de próximas leituras.

Outros jeitos de usar a boca: edição especial bilíngue, de Rupi Kaur. São Paulo: Planeta, 2018.
O que o sol faz com as flores: edição especial bilíngue, de Rupi Kaur. São Paulo: Planeta, 2018.

Mais livros de poesia para o meu acervo! Ouvi falar bastante dos poemas da Rupi Kaur. Uns elogiaram bastante, enquanto outros disseram que o que ela escreve não é poesia. Por sorte, os que elogiaram fazem parte do grupo de pessoas cujos gostos literários se assemelham mais aos meus. Li alguns poemas dela – um exemplar de “Outros jeitos de usar a boca” até chegou a aparecer no trabalho no ano passado, mas acabei não pegando –, gostei e fiquei com vontade de ter os dois livros que foram lançados por aqui. Eis que recentemente, nos meus garimpos virtuais, vi que tanto a Saraiva quanto a Livraria Cultura estavam com os livros dela em promoção. Após muito pensar, comprei na Saraiva, porque essas edições bilíngues, de capa dura, estavam apenas um real mais caras do que as edições comuns vendidas pela Livraria Cultura.

Noventa por cento da pilha de aquisições é de livros de poesia


2 comentários:

  1. Poesia é coisa essencial à vida, moça - e com esse post eu vejo que estou precisando ler poesia de novo...
    Essa coluna (posso chamar de "coluna"? Porque "quadro" seria se fosse vídeo, não?) é sempre bacana de ler, mas me deixa curioso com um monte de título que, no momento, não posso adquirir... ^^"
    Enfim, parabéns por mais essa! :)

    ResponderExcluir
  2. Adoro O Marca-Páginas! Lê-lo sempre me faz querer fazer algo parecido com algo que goste... ^^

    ResponderExcluir